Pequenas bonecas de frágil porcelana, elaboradas a mão, finas e valiosas peçam imitando a delicados anjos. Pequenas e mudas rãs, algumas criadas por outros anjos e outras lamentavelmente devoradas por monstros incompreensíveis.
Pequeñas muñecas de porcelana frágil, elaboradas a mano, finas y valiosas piezas imitando a delicados ángeles. Pequeñas y mudas ranas, algunas creadas por otros ángeles y otras por desgracia devoradas por monstruos incomprensibles. 


Tequila, limão e sal.


Ela deixou se despir, manteve seu olhar sereno fixo naquele olhar felino,
Deixou ser beijada, devorada a pedaços, deixou ser possuída pelo aroma do seu perfume!
A música, o ritmo e a respiração dançavam em harmonia!
Ela afirmava que o diabo fez com que perdesse seus sensos!
Era dia, mas ela já não sabia nada dessas obrigações mundanas!
Ela deixou ser dominada, ela deixou seu suor misturar com aquele aroma!
Suspirou e agarrou-se firmemente aos lençóis, não temia em cair!
Ela se sentiu vítima daqueles lábios tão macios! Desejava não acordar jamais daquelas sensações!
Deixou se despir, deixou ser beijada, deixou ser devorada, deixou ser dominada,
Era tarde e ela já sabia que deixaria que se apoderasse do seu coração!

Silêncio!


Silêncio, eles dormem,
Desejamos profundamente,
Mas, eles, eles somente dormem!
Somos insones distantes de tudo lá fora!
Na linha do tempo tudo decai,
O quão morremos nesse momento?
Ao espelho sou esse velho paciente,
Orando suas memorias passadas!
Silêncio,
É domingo, e sei, sei que cheguei aqui sozinho!

A libélula e a luz.




















Olha!  
Uma pequena libélula exibindo suas belas e transparentes asas de cristais,
Sobrevoa solene e rápida pela sala, 
Ah! Mas quem deixou a janela aberta? É inverno!
Dança bela e torpe para que nossos olhos possam ver, 
Entreter-nos!
Voa como uma rainha perdida, 
pois é notável sua elegância de um pólo a outro!
Leves toques de cristal para com o cristal, 
Em um insolente desejo de tocar a luz,
Ela o deseja lograr sem nenhuma regra, 
Ela só deseja compulsivamente como uma criança!
Pobre lavandeira dos pântanos do Priorato! 
Assim rompe suas asas de fino cristal!
Desvanece em sua agonia sobre nosso tapete em dor e lamento! 
ah! Pobre rainha!  
Não se entristeça meu querido, ela só desejava sem nenhum pudor!

¡Pecados sin!




Complejo es su inequívoco ego,
que mantiene sus ojos oscuros y cegados,
con los castigos que su dios le otorga.

Rosas assassinadas entre livros e romances proibidos.

Seus delitos foram cometidos em oito décadas, 
Rosas vermelhas descoloridas, foram assassinadas entre livros e suas historias.
Entre paginas, o pouco olor reluz o cadáver em seu universo solitário,
Igual que um quadro modernista descentrado e estampado na parede ocre vintage,
Envelhecido pelo tempo e pela tristeza!
Suas fotografias em preto e branco em tons cinzas compõem oque restou do nosso passado!
Meus pecados escritos - Cartas perdidas entre livros cegos e testemunhos mudos,
São bocas sem beijos, palavras sem ar, abraços frios e pétalas sem cores.
Migalhas, poeira e paginas manchadas deveriam decorar seu salão de estar.
Traças e arrependimentos são as pragas que movem meu velho coração nesse momento!
Ah! Meu querido! 
-Quantas vezes se perderão os poemas e as rosas entre livros e romances proibidos?

Boneca de vodu.

                                   (click play para escutar)

Perfurarei seu fraco corpo de boneca, 
Infinitas agulhas para enfeitiçar seu amor amargo,
Infinitas agulhas para contorcer seu coração.
Trapos rasgados encantados, trapos coloridos amarrotados.
Agulhas para coser seu mal estar, seu mal querer, seu mal humor!
Agulhas de vodu pra te arrancar o sono da sua noite!
Estocas encantadas amaldiçoadas! Engraçadas risadas!
Cosendo lençóis num abismo sem fim de falta e solidão


.A dança do fim.



        

Solitarias partes.










Do telhado; a linha do mar entre prédios,
É tão só o horizonte desbotado entre nuvens e neblinas
Quando a chuva cair aqui, quero abrir todas as janelas,
Vou deixar tudo molhar, na tentativa de acalmar minha angustia,
Essa chama é bem mais que pedaços de um jarro no chão.
Vou fazer uma fogueira escarlate como um bonito fim de tarde,
Vou queimar minha triste luxuria e solitária em partes,
Esperarei que o vento sopre, aclarando o horizonte.